O que é

Áudios antigos e raros de Inezita Barroso são digitalizados e revelam a originalidade da cantora

Áudios conservados em um conjunto de 39 fitas magnéticas pertencente ao arquivo pessoal da cantora, folclorista e apresentadora de TV Inezita Barroso (1925-2015) chegam ao público, de forma gratuita, por meio do site No Gravador de Inezita. São cerca de 30 horas de gravação, divididas em quase 600 faixas, com registros feitos principalmente nas décadas de 1950 e 1960.

O registro mais antigo contido nas fitas magnéticas de rolo é de julho de 1951 e o mais recente, de maio de 1991. O trabalho de recuperação, digitalização e catalogação do material durou seis meses e contou com a consultoria de Marta Barroso, filha da artista. No Gravador de Inezita foi desenvolvido com recursos da edição 2015-2016 do programa Rumos Itaú Cultural. A equipe idealizadora e produtora do projeto conta com Alexandre Pavan, Aloisio Milani, Cacalo Kfouri, Luiz Boal e Luiz Ribeiro (saiba mais da equipe).

GRAVADOR REATIVADO

O acervo de Inezita Barroso possui 43 fitas magnéticas, sendo 33 de formato grande, oito de formato médio e duas fitas pequenas. Mesmo após o processo de limpeza e de recuperação, quatro delas não puderam ser aproveitadas: duas por estarem muito ressecadas devido à má conservação do material, uma por trazer conteúdo inaudível e outra por estar vazia, sem nada gravado. Sendo assim, o trabalho de digitalização e catalogação concentrou-se num total de 39 fitas.

Outra ação do projeto foi a recuperação de um gravador AKAI GX 4000D que pertenceu à artista e encontrava-se em mau estado de conservação, apesar de uma ótima estrutura e do cabeçote preservado. A recuperação, feita pelo jornalista Cacalo Kfouri, solucionou problemas na alimentação de energia, nos contatos das chaves de comando, no rolete de transporte de fitas e nas cabeças, muito sujas. Após passar por manutenção, o equipamento que dá nome ao projeto voltou a funcionar normalmente.

DO ANALÓGICO AO MP3

Para a digitalização das fitas, o gravador AKAI foi conectado por cabos de alta qualidade a um conversor de áudio RME UFX, fazendo a conversão analógico-digital em 32 bits floating com 96KHz de sample rate. O material de áudio foi gravado utilizando o software Logic Pro X em equipamentos Apple com o trabalho técnico do produtor musical Luiz Ribeiro.

No tratamento de ruídos, primeiramente foram eliminados estalos, problemas de rotação, cliques e ruídos elétricos, com auxílio do software Izotope RX Advanced. Para a mixagem e masterização, utilizaram-se equalizadores FabFilter ProQ2, Pultec, Manley Labs, compressores Manley Labs e ShadowHills, equalizadores dinâmicos Brainworx e FabFilter PRO MB e limiter FabFilter ProL. Em alguns casos, para pequenos ajustes foram utilizados plug-ins PSP, Universal Audio e Waves.

Os arquivos resultantes estão no formato AIFF 24 bits – 96KHz e também numa versão MP3 – 320Kbps.