No início de 1955, Inezita Barroso viajou ao Uruguai para representar o Brasil no III Festival Internacional Cinematográfico de Punta del Este. Como fora convidada por seu trabalho como atriz, muitos participantes do evento ficaram surpresos ao descobrir que ela também era uma excelente cantora. Foi o caso do veterano ator canadense Walter Pidgeon (1897-1984), astro dos filmes "Flores do pó" (Blossoms in the dust, 1941) e "Rosa da esperança" (Mrs. Miniver, 1942), que revelou seu interesse em levar a artista brasileira para se apresentar nas casas de shows do Sunset Boulevard, em Hollywood, onde ele vivia. Inclusive, no final daquele ano, Eduardo Moreira, produtor de Inezita na TV Record, chegou a se encontrar com Pidgeon em Los Angeles, porém as negociações para uma temporada de shows da brasileira nos Estados Unidos não seguiram adiante. Mesmo assim, foi por intermédio dele que a cantora peruana Yma Sumac (1922-2008), que também morava em Hollywood e de quem era amigo, ficou conhecendo o trabalho de Inezita. Apesar de notícias em jornais da época mencionarem um provável interesse de Sumac em cantar com a brasileira já em 1956, o encontro efetivamente só aconteceria três anos mais tarde, conforme se ouve nestes áudios, registrados no Teatro Record, em São Paulo. Após uma breve passagem pelo Brasil em 1943, quando ainda era uma jovem em início de carreira, Yma Sumac voltaria ao país em 1959 como uma intérprete consagrada, reconhecida por sua capacidade vocal que lhe permitia alcançar quatro oitavas. Ela foi um dos destaques internacionais daquela temporada no Teatro Record, que também recebeu naquele ano Nat King Cole, Sarah Vaughan e Billy Eckstine.

Estes áudios integram o acervo pessoal de Inezita Barroso e foram digitalizados pelo projeto No Gravador de Inezita, a partir do programa Rumos, do Itaú Cultural. Acesse: www.inezita.com.br.

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