Após trabalhar intensamente nos anos 1950 – cantando em shows, gravando inúmeros discos e fazendo sucesso em rádio, cinema e televisão –, Inezita viu seu prestígio diminuir na década seguinte. A partir do aparecimento da bossa nova e, posteriormente, com o estrondoso sucesso da jovem guarda e dos festivais de música televisivos, Inezita e outros artistas de sua geração passaram a ser considerados "velha guarda" e praticamente ficaram sem espaço nas emissoras e gravadoras. "De repente, começou a bossa nova, a jovem guarda. Havia uns ritmos estrangeiros também, como o chá-chá-chá. Bastava fazer uns biquinhos, uns olhinhos, e tudo bem. E não era isso que a gente queira, pois tínhamos sólidos pilares em estudos de música. Para nós, ia passar em uma semana aquelas músicas levinhas, bobinhas, sem conclusão nenhuma. Foi uma quebra na nossa carreira. Se você já tem uma carreira musical consolidade, não vai voltar atrás pra ser jovem guarda. Continua na sua. Aí pediam: 'Grava uma coisa assim, alegre, para dançar, porque está na moda'. Jamais. Não estou cantando para ninguém dançar. Ou gravo o que quero, ou não gravo", relembrou a cantora para o jornalista Arley Pereira, autor da biografia "Inezita Barroso – a história de uma brasileira" (Editora 34, 2013). Curiosamente, o que garantiu o sustento da artista naquele período foi justamente o repetório do momento. Com uma horda de crianças e adolescentes interessados em tocar músicas de Robertos Carlos, Beatles e Caetano Veloso, Inezita começou a dar aulas de violão em sua casa (na época, ela morava na rua São Bartolomeu, no bairro de Perdizes). Nesta série de gravações, podemos ouvir alguns alunos da professora Inezita, com a própria os orientando.

Estes áudios integram o acervo pessoal de Inezita Barroso e foram digitalizados pelo projeto No Gravador de Inezita, a partir do programa Rumos, do Itaú Cultural. Acesse: www.inezita.com.br.

Fitas 8, 33 e 39